quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Clichê

Aahhh! As férias de verão!
Assunto que eu queria evitar...porque seria meio clichê. E embora minhas férias pareçam sempre iguais, tem sempre o diferencial.

Meu bairro já não é o mesmo. Minha mãe vive dizendo isso. Pessoas diferentes. Tipos diferentes. Hipocrisia falar que não há preconceitos quanto a isso. E embora este lugar seja minha residência há quase 20 anos, eu não conheço ninguém. "Ninguém" é modo de falar, claro. Conheço as pessoas que construíram suas casas mais ou menos na mesma época que meus pais vieram morar aqui. Depois disso, só uns e outros.
Lembro-me de, nesta época do ano, ouvir carrinhos de rolemã descendo a rua (pra quem não sabe, minha rua é uma descida. Ou subida. Depende de quem olha.), de eu mesma ficar até pouco depois do escurecer jogando bola na rua, andando de bicicleta...ou mesmo fazendo guerrinha de mamona com meus amigos.
E outra coisa muito característica: pipas. Garotos e rapazes empinando pipas.
Até hoje há crianças que brincam na rua, quase da mesma forma que eu...só que não ficávamos até 10 da noite fazendo farra. Dona Teresa (ou Tereza?) ficava brava quando esquecíamos pedaços de blocos na frente da casa dela depois de usá-los como limite do gol.
E algo que realmente não mudou nada, são as crianças tocando a nossa campainha perguntando se não caiu nenhuma pipa no nosso quintal ou telhado.

Dias atrás ouvi crianças gritando na rua. Normal. Crianças atrás de uma pipa. E ficaram muito tempo em frente à minha casa. Legal. Caiu na minha casa.
O menino magricela, de camiseta vermelha não tocou a campainha. Desistiu, pensei. E fui recolher a roupa, porque parecia que ia chover. Quando olho em direção à construção, no terreno atrás da minha casa, o menino estava pulando o que seria o portão improvisado! Não é uma estrutura muito estável...são só tábuas na vertical.
Avistei a pipa no telhado do meu avô [que mora ao lado da minha casa]. Lá estava ela...toda vermelha e irradiando tentação ao garoto.
Gritei. Mandei descer dali...e então eu lhe devolveria a pipa. A linha estava ao meu alcance (na verdade precisei de uma vassoura), e apesar do meu mau-humor, peguei a vermelhinha e levei para o menino, que já se encontrava no meu portão. E lhe falei para não ficar subindo nos lugares daquele jeito (sem contar que tratava-se da propriedade de alguém).
Não vou dizer que foi o olhar mais grato que já vi, pois na verdade ele mal olhou pra minha cara, pegou "o pipa", agradeceu e se mandou. De nada, viu?


Hoje, estava eu no ponto de ônibus, esperando um ônibus, que, obviamente, demorou a passar (é sempre assim...passam todos os ônibus, exceto aquele que preciso). Do nada, pelo canto do olho, vejo 2 crianças atravessando a avenida correndo. Porque não me surpreendi quando vi aquele menino da camiseta vermelha de novo, atrás de pipa. De novo.

E quando voltei a olhar na direção em que o ônibus viria, ele já estava na frente do ponto. Numa velocidade excessivamente inadequada, devido ao tráfego de pedestres numa calçada que mal e mal é uma calçada.

Entendo que uma pipa é um brinquedo...e eu fico triste quando perco alguma coisa. Imagina a criança quando perde um brinquedo.
Por um lado...compra-se pipa por 1 real. Claro que nem todas as crianças terão 1 real para comprar uma pipa toda vez que perderem uma.

Mas vale a pena correr um risco tão grande por tão pouco?
Tudo bem que criança não mede as conseqüências...mas nem os pais nem ninguém o fazem. Quem sou para advertí-las? Sou só aquela que entregou a pipa caída no telhado.


2 comentários:

Fernando disse...

Se você é alguém que já devolveu uma pipa a uma criança, então você pode advertir (toda e) qualquer criança do mundo! Imagina a decepção de uma criança cuja bola, pipa (ou brinquedo), após ter caído no quintal de algum vizinho, jamais retorna... Até hoje, eu, com meus plenos 19 anos, fico fulo da vida quando meu vizinho não devolve a bola de vôlei ou frescobol no mesmo dia, ou, no máximo, no dia seguinte. Porque eu sempre devolvi as coisas dos outros, com exceção de uma vez, quand'eu furei a bola de handebol novinha do meu vizinho, porque ele e uma turminha "malandra" estavam jogando pedaços de sabão aromatizado pra minha cachorra comer. Nem preciso dizer que depois disso eles quietaram de vez.

Depois da invenção do dinheiro, o ser humano não tem jeito. Só fica esperto quando mexem no próprio bolso, com a bufunfa dele... imagina, uma bola de handebol novinha, de marca, deve custar bem uns R$50... geralmente se ganha isso de presente. Mas o cara só foi se tocar que não seria legal tentar machucar ou matar minha cachorra quando perdeu a própria bola no processo... pelo menos aprendeu, né? Imagina se tentasse retaliar, humpf.

Ah, e uma vez caiu um balão aqui em casa, desses que pegam fogo e tal. Era enorme, e rosa. Tinha a circunferência de mais de duas pessoas com os braços dados. Detalhe: dois caras vieram de moto "buscá-lo"... e ficaram insistindo em "entrar pra pegar". É mole??

Té parece que entraram. Esperaram no portão, como gente civilizada! Imagina esses caras vendo onde o balão caiu lá dos cus de judas e seguindo a trajetória em cima de uma moto, na disparada... parece coisa de filme... só faltou esse filme ter atores mais civilizados!

Anônimo disse...

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